A vida da mulher apresenta três momentos marcantes e intensos, sendo eles: adolescência, gravidez e climatério. Dentre as três fases, a gravidez é uma transição que requer uma ressignificação do papel da mulher como ser feminino, esposa, profissional e mãe. Quando não trabalhado estes papeis, brotam conflitos que, agregados aos surgidos na transposição do papel marido/pai, acarretam desestruturação para o relacionamento do casal e para saúde psicológica da gestante. Uma boa orientação psicológica durante a gravidez pode facilitar o entendimento de um turbilhão de emoções que a futura mãe irá enfrentar ao longo dos meses de gestação.
Primeiro mês
Segundo mês
Terceiro mês
Conclusão Psicológica do Primeiro Trimestre
Quarto Mês
Quinto Mês
Sexto Mês
Sétimo Mês
Oitavo Mês
Nono Mês
Conclusão Psicológica do Segundo Trimestre
A fim de reduzir os níveis de ansiedade e conduzir a gestante a uma melhor qualidade de vida gestacional, faz-se necessário a humanização pré-natal e puerpério, através de consultas psicológicas que sirvam de interface entre as orientações obstetrícias e as emocionais. Ações que irão contribuir para que a gestante compreenda os sintomas, não só os físicos, mas, principalmente, os emocionais.
Engravidar é período especial que requer muitos preparativos, especialmente, internos. O acompanhamento obstétrico e psicológico faz as mulheres iniciarem a gravidez mais saudáveis física e emocionalmente, acessando informações sobre todo o desenrolar, desde a concepção ao pós-parto, acumulando informações sobre seu bebê, seu corpo e suas emoções.
Abaixo, apresentamos os sintomas físicos e emocionais que podem aparecer em cada fase da gestação:
Primeiro mês
Sintomas físicos
Ausência da menstruação; Cansaço e sonolência; Vontade frequente de urinar; Náusea, vômitos e salivação excessiva; Azia e dificuldade de digestão; Repulsa ou desejo por certos alimentos; Modificações no seio (inchaço, sensação de adormecimento, formigamento, escurecimento das aréolas, aparecimento de pequenas veias de cor azul sob a pele, devido ao aumento de irrigação sanguínea no seio);
Sintomas Emocionais
Instabilidade emocional similar à TPM (Síndrome Pré-Menstrual) - maior irritabilidade, mudanças repentinas de humor, vontade de chorar; Apreensão, medo, alegria, excitação.
Segundo mês
Sintomas físicos
Além dos sintomas apresentados no primeiro mês, pode surgir prisão de ventre; possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura; as roupas começam a ficar ligeiramente estreitas na cintura e no seio, o abdômen pode parecer um pouco aumentado.
Sintomas Emocionais
Os mesmos do primeiro mês.
Terceiro mês
Sintomas físicos
Além dos sintomas apresentados no segundo mês, pode surgir, às vezes, desmaios e tontura; Aumento do apetite; Algumas veias ficam mais visíveis, devido ao aumento no volume de sangue.
Sintomas Emocionais
Além dos sintomas apresentados no segundo mês, períodos de extrema calma e serenidade tendem a surgir.
Conclusão Psicológica do Primeiro Trimestre
Inicia-se com uma fase de ambivalência. Estar ou não estar feliz, querer ou não querer a gravidez, aceitar ou não aceitar. Parte daí, grandes transformações interpessoais e intrapsíquicas. Além disso, há alterações neuroendócrinas que causam as náuseas, vômitos e sonolência.
Somando a tudo isso, o fator psicológico influencia na rejeição ou negação da gravidez, o peso da responsabilidade de gerar e manter uma nova vida, o receio de problemas congênitos e apreensões em relação às possíveis modificações da estética corporal feminino.
Ao final do terceiro mês, a barriga quase não aparece. Ao contrário dos seios que devem ter aumentado bastante.
Quarto Mês
Sintomas físicos
Continua o cansaço; Diminuição da frequência da vontade de urinar; Diminuição ou desaparecimento da náusea, vômitos e salivação excessiva; Prisão de ventre tende a persistir; Azia e dificuldade de digestão também; O seio continua a aumentar de tamanho, mas a sensação de dor e desconforto provocada pelo inchaço desaparecem ou diminuem; Possíveis dores de cabeça; Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos; Aumento do apetite; Aumento da umidade vaginal; Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorróidas; Algumas gestantes, principalmente as mais magras, poderão sentir no final do 4° mês de gestação leves movimentos do bebê.
Sintomas Emocionais
Além dos sintomas já apresentados, certa sensação de "estar fora de sintonia", sentindo-se, às vezes, atrapalhada, esquecendo das coisas e dificuldade em se concentrar.
Quinto Mês
Sintomas físicos
Movimentos fetais; Aumento da umidade vaginal (leucorreia); Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido; continuação da prisão de ventre, da Azia e da dificuldade de digestão; Câimbras nas pernas; Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e, às vezes também, das mãos; Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura; Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorróidas; Grande aumento do apetite; Dores nas costas; Modificação na pigmentação da pele no abdomen e no rosto; Aumento da pulsação (frequência cardíaca);
Sintomas Emocionais
Maior estabilidade emocional, porém, com sinais de irritação e algumas mudanças de humor; Maior aceitação psicológica da realidade de se "estar grávida"; Períodos de distração e falta de concentração.
Sexto Mês
Sintomas físicos
Movimentos fetais cada vez mais intensos;
Aparição de sensação de dormência na parte baixa do ventre; Aumento da umidade vaginal (leucorreia); Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido; Prisão de ventre; Azia e dificuldade de digestão; Câimbras nas pernas; Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos; Possíveis dores de cabeça, às vezes, desmaios e tontura; Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorróidas; Grande aumento do apetite; Dores nas costas; Modificação na pigmentação da pele no abdomen e no rosto; Aumento da pulsação (frequência cardíaca); Sensação de coceira no abdomen.
Sintomas Emocionais
Maior estabilidade emocional; Certa ansiedade com relação ao futuro; Períodos de distração e falta de concentração no que se está fazendo.
Conclusão Psicológica do Segundo Trimestre
Do ponto de vista emocional, é um período considerado estável. O aparecimento dos primeiros movimentos fetais atinge de forma impactante o pai que não podem experimentar essas sensações de forma direta. Continuam crescente as expectativas em relação à saúde do feto e ao próprio corpo. Nesta fase, a mulher vivencia grande preocupação em manter a sua vida conjugal estável. As alterações do desejo e desempenho sexual tendem a aumentar, o que, geralmente, traz medo de machucar o bebê durante a relação sexual. Nesta fase, caracteriza-se também por uma maior introversão e passividade feminina, características importantes para a preparação do papel de mãe. Também é características desta fase maior ansiedade e agitação.
Sétimo Mês
Sintomas físicos
Movimentos fetais cada vez mais intensos; Sensação de dormência na parte baixa do ventre; Aumento da umidade vaginal (leucorreia); Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido; Prisão de ventre; Azia e dificuldade de digestão; Câimbras nas pernas; Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos; Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura; Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorróidas; Dores nas costas; Falta de ar e dificuldades para respirar; Insônia; Sensação de coceira no abdomen.
Sintomas Emocionais
Uma certa ansiedade com relação ao bebê e ao parto; Períodos de distração e dificuldade de concentração; Sonhos e fantasias sobre o bebê;
Oitavo Mês
Sintomas físicos
Movimentos fetais fortes e regulares; Aumento da umidade vaginal (leucorreia); Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido; Prisão de ventre; Azia e dificuldade de digestão; Câimbras nas pernas; Possível inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos; Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura; Surgimento de algumas veias varicosas e/ou hemorróidas; Dores nas costas; Falta de ar e dificuldades para respirar; Insônia; Sensação de coceira no abdomen; Contrações de Braxton Hicks (São absolutamente normais, e de intensidade leve e indolor. O útero está se exercitando para quando iniciar o trabalho de parto. Próximo do nono mês, as contrações começam a ser mais frequentes e intensas.); Colostro, que pode gotejar dos seios.
Sintomas Emocionais
Certa ansiedade com relação ao bebê e ao parto; Períodos maiores de distração e falta de concentração; Um desejo cada vez maior de que a gravidez termine logo.
Nono Mês
Sintomas físicos
Menor movimentação do bebê dentro do utero, devido à falta de espaço; Aumento da umidade vaginal (leucorreia), de forma mais abundante; Congestão nasal e sensação de entupimento do ouvido; Prisão de ventre; Azia e dificuldade de digestão; Câimbras nas pernas; Aumento do inchaço dos tornozelos e dos pés, e às vezes também das mãos; Possíveis dores de cabeça, às vezes desmaios e tontura; Algumas veias varicosas e/ou hemorróidas; Aumento da dores nas costas e da sensação de peso nas pernas; Respiração mais fácil quando o bebê se posicionar mais para baixo; Maior estímulo a urinar, depois que o bebê se posicionar mais para baixo; Insônia; Sensação de coceira no abdomen; Aumento na intensidade das Contrações de Braxton Hicks; Colostro, que pode gotejar dos seios; Sensação de incômodo ou adormecimento das nádegas e da pelvis; Períodos alternados de maior energia ou maior cansaço; Aumento ou perda do apetite.
Sintomas Emocionais
Aumento da ansiedade, excitação e preocupação com relação ao bebê e ao parto; Períodos maiores de distração e falta de concentração; Uma sensação de alívio maior ao pensar de que a gravidez está chegando ao fim; Impaciência e Inquietação; Sonhos e fantasias sobre como será o bebê.
Conclusão Psicológica do Segundo Trimestre
Este período traz uma exacerbação dos sintomas de ansiedade com a proximidade do parto e a mudança na rotina. Os temores se aguçam, como o medo de morrer no parto, preocupação com a saúde do bebê ao nascer, receio em relação à amamentação e à recuperação da forma do corpo. Incidência de sonhos com o parto, com o bebê e com o corpo.
A fim de reduzir os níveis de ansiedade e conduzir a gestante a uma melhor qualidade de vida gestacional, faz-se necessário a humanização pré-natal e puerpério, através de consultas psicológicas que sirvam de interface entre as orientações obstetrícias e as emocionais. Ações que irão contribuir para que a gestante compreenda os sintomas, não só os físicos, mas, principalmente, os emocionais.
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